Pedaços de Uma Colcha de Crochê

Peregrinação do Amor.

Pedaços de uma colcha do crochê: Na peregrinação de 2011 eu senti como se eu estivesse tecendo a parte de uma colcha de crochê. Pois desta vez participei em pequenos pedaços do caminho. Fui com Otilia e mamãe em peregrinação nas paragens dos nossos familiares na mesma região, no Taboleiro Grande. Temos motivos de gratidão por viver ter a mamãe conosco nesse momento nos seus 90 anos, depois de algumas lutas e desafios contra algumas doenças que lhe maltrataram no inicio desse ano. Inclusive água na pleura, com suspeita de nódulos no pulmão. Mas estamos superando os momentos de dificuldades e tendo oportunidade de levá-la nessa viagem para visitar os seus irmãos no Rio Grande do Norte.

Propósito para a minha vida nesses dias foi ouvir a voz de Deus e poder ter conversas ao longo do caminho. Segui pensando em alguns passos que pude dá nesse momento e ter novos aprendizados para a minha vida.

Primeiro Passo: Ouvir Deus através do outro e da natureza: Encontrei o grupo de peregrinos faltando 4km para chegar em Fazenda Nova, que fica no km 30 entre Mossoró e Apodí. Foi muito bom encontrar todos que seguiam no caminho. Desci do carro e procurei me aproximar de alguém para caminhar ao lado. Encontrei com Lea,(Uma mineira muito simpática), nos conhecemos ali mesmo e saímos num bate papo como se nos conhecêssemos a tempo. Partilhamos das nossas dores (Lea perdeu um filho de 3 anos e eu também perdi no ano passado um irmão muito querido). No meio das nossas histórias pude perceber o nascer de uma nova amizade, de uma conversa onde podia-se perceber a presença de uma terceira pessoa entre nós.

Foi bom e restaurador ouvir Deus através da vida do próximo, e da natureza. Fomos agraciados por uma tarde sem muito calor e com Um lindo por do sol!!! Andar devagar faz-nos ver a beleza da natureza. Ficamos com o grupo ali na fazenda Nova numa conversa lúdica e descontraída até partir para visitar os familiares por parte da mamãe que são da região do Rio Grande do Norte.(Taboleiro Grande). Também temos como um momento de gratidão ter a mamãe conosco no meio desse tear, pois ela esteve bem doente no inicio do ano, e hoje nos seus 90 anos segue conosco. (Otilia e eu continuamos com ela para o Taboleiro Grande). A noite se aproxima, a escuridão da noite vem chegando e pedimos: Fica Senhor, já se faz tarde..tens o meu coração para pousar...Seguimos viagem e podemos sentir proteção e do Senhor conosco. Estrada escura, céu repleto de estrelas. Sempre que ando nessa região, lembro de momentos da minha infância quando ia para os cultos numa fazenda conhecida como Unha de Gato, numa noite de céu escuro, que anunciava que a chuva iria chegar. Que lembranças boas brotam na minha memória quando recordo da alegria em ser protegida pelo paletó do meu pai que nos cobria enquanto nos levava para um culto em um lindo cavalo.

Segundo Passo: Ouvir Deus através de peregrinos do caminho. Encontrei o grupo em Filipe Guerra e saímos no caminho do Vale. Pense numa paisagem linda!!! Logo no inicio saí numa conversa agradável com Duquinha, discípulo de Jesus que nos ensina sobre Esperança e Perseverança. Fiquei muito feliz por ver que Ele tem melhorado muito na sua saúde, e pode fazer um bom trecho da caminhada apesar das dificuldades de se locomover.( O Duquinha foi vitima da cisticercose- causada pela Taenia Solium, encontrada na carne do porco que se alojou na sua coluna impedindo de andar). A esperança que aprendemos com o nosso irmão é que mesmo diante das lutas e dificuldades existe sempre o momento de contarmos com a vitória. Ele tem lutado por mudanças e melhorias na sua comunidade. Foi muito bom aprender com o nosso irmão a lutar contra as injustiças que rodeiam no meio do povo brasileiro. È bom saber que peregrinando na vida deparamos com felicidade de homens e mulheres que trilham no caminho do Amor. Que bom é aprender com um bem aventurado como o Duquinha.

Terceiro Passo: Ouvir a voz de Deus e aprender sobre o seu Amor através da mensagem de consolação que pode brotar dos nossos corações. No caminho para Paulista paramos na casa de um poeta de cordel, que tem derramado suas lágrimas pela morte de seu filho e parceiro de trovas. Sentir o sopro do Espírito, foi o motivo de fazermos parar naquela casa, tomar um copo de água. Debaixo daquele alpendre nós tivemos oportunidade de falar do Consolo que O Espírito Santo vai trazer aquele coração entristecido. A Otilia pediu permissão para orar pela vida do trovador. da alegria de acolher. Depois de um caminho de um sol escaldante, nada mais salutar do que beber a água da casa da família do Pr. Jeová. Fomos recebidos como anjos por toda a família. Aqui paramos para o almoço, para lavar os pés e para aliviar o calo de muitos. Ouvir sobre o cuidado das filhas (Ana e Gerlane) pela comunidade de Paulista onde elas trabalham, o som da voz de Deus ficou cada vez mais audível através de vidas de pessoas que recebem e acolhem com alegria. 
Leci Queiroz